©© ENTREVISTA: Helena Obersteiner


                

Hoje conversamos com a artista Helena Obserteiner. Focada em desenhos, tatuagem e arte têxtil, Helena navega uma pesquisa de desenhos feios que compartilha conosco nessa entrevista e também nos seus cursos Desenhos Feios. A entrevista foi publicada originalmente na newsletter do Espaço.CC em Setembro de 2021.

Sobre Helena Obersteiner: 
Helena Obersteiner é artista visual, designer de moda e tatuadora, pesquisando constantemente formas de conectar e explorar as possibilidades dos três universos. É formada em Desenho de Moda pela Faculdade Santa Marcelina e Pós Graduação no curso Marketing e Comunicação de Moda, no IED São Paulo, e atualmente cursa Pós Graduação em Práticas Artísticas Contemporâneas, na FAAP. Entre 2013 e 2019 integrou o coletivo COLABMOV, participando como mediadora de diversas oficinas de modelo vivo em lugares como CCSP, Sesc Pompéia, IA-Unesp, Casa do Povo, entre outros, e em 2019 criou o curso Desenhos Feios, que trás como foco reflexões sobre o conceito de erro, irregularidades como potência de expressão e a importância da consciência corporal na prática do desenho.






Espaço.CC: O que significa desenhar feio?

Helena Obersteiner: Compreendo desenhar feio como o limite em que você se depara com os incômodos ao longo da sua investigação com desenho. Muitas vezes, esse sentimento nos envolve quando experimentamos coisas novas, e é lido como uma espécie de prova a respeito do quanto somos inadequados e inaptos. Acredito que, quando nos deparamos com esse processo, e decidimos continuar, nos tornamos capazes de transmutar essa leitura em vontade de investigar, reconhecendo nossas potências, conhecendo novas possibilidades e ampliando repertório. A oportunidade de interlocução e escuta que vivemos em turma constitui esse processo, que passa a ser vivido coletivamente.


CC: Como é a sua rotina de produção?


H.O:
Todas as minhas instâncias de trabalho envolvem desenho, e são poucos os compromissos fixos em minha rotina. Ou seja, todo dia eu preciso acordar e decidir o que vou fazer, ter responsabilidade e energia para manter constância de produção. Embora em alguns momentos isso se apresente como uma dificuldade, na maioria dos dias, vivo naturalmente e com muita animação. Um dos pontos mais importantes em minha rotina é a auto-observação. Tenho atenção aos processos que estou vivenciando, dos agradáveis aos mais difíceis, e procuro pesquisar e escrever sobre eles.

Pensando aqui, acredito que é assim que me movimento pela vida: buscando com quem possa aprender e criando maneiras de ensinar. Passo grande tempo organizando as ideias para que seja possível compartilhar com as pessoas. Foi dessa maneira que surgiu o curso Desenhos Feios, por exemplo, e com essa motivação permaneço nas redes sociais.


CC:  O que você tem visto, lido por aí que você vê fazendo parte do seu processo de trabalho direta ou indiretamente?

HO: Fui convidada pela editora Antofágica a ilustrar um conto de Dostoiévski, chamado “O sonho de um homem ridículo”. A sensibilidade desse convite me tocou, pois pude mergulhar ainda mais em questões que já estavam me interessando, como os processo da criação de mundos fantásticos, com seus seres e reinos estranhos. Para isso, tenho observado a pluralidade da natureza em nosso planeta, e refletido quais os possíveis desdobramentos da vida.

Tenho convivido com alguns livros de slides antigos de biologia, que um amigo me deu, e estudado sobre projeções astrais. Em relação aos processos que vêm com as práticas educativas, estou lendo Ensinando a Transgredir – A educação como prática da liberdade, de bell hooks, e me intrigado com meditação e osteopatia.

CC:  Podemos ver um desenho que você fez hoje?









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